Petróleo será a redenção do Amapá?

Para muitos a descoberta de Petróleo na costa do Amapá se tornou a grande virada na chave para a transformação econômica do estado, a porta do progresso e a saída para uma mudança na condição de uma das unidades mais pobres da federação.

Pela fala dos dirigentes da Petrobras, do Ministro das Minas e Energia, e de outros representantes do Governo Federal, é bem provável que sim, que o Amapá, realmente passe a ter outros números – muito acima dos atuais – nos indicadores econômicos estaduais, a partir da efetivação da atividade petrolífera, na costa equatorial.

Como todos sabem o petróleo gera royalties aos estados, portanto gera dinheiro, gera riqueza. A questão é: Para quem se vai riqueza? Quem se beneficiará realmente dessa riqueza? Será o seu Saba, a dona Tonha, o seu Mundico e o seu Zé lá da Baixada do Pará? O extrativista lá do Bailique? O pequeno produtor de farinha lá do Anaeurapucu?. É possível acreditar que nossos representantes e governantes terão essa responsabilidade com o povo amapaense.

Os moradores mais antigos do Amapá contam que essa mesma expectativa ocorreu quando da descoberta, e depois, quando do início da exploração de minério de manganês nas terras amapaenses. O discurso era de que o progresso finalmente havia chego e os ventos da transformação agora residiam nesse longínquo pedaço do Brasil. A realidade dos fatos não preciso narrar, pois mesmo as gerações atuais sabem da nossa condição econômica.

Não adianta termos dinheiro se não tivermos governantes comprometidos eticamente com a sociedade, e que, da mesma forma, tenham competência para administrar o Estado.

Enquanto tivermos políticos contaminado pelo câncer da corrupção, preocupados somente roubo do dinheiro público, com negociatas criminosas e acordos escusos, nenhum dinheiro será capaz de mudar a nossa realidade social. Na prática o dinheiro dos royalties viriam para os criminosos de colarinho branco aumentarem ainda mais seus patrimônios pessoais. Serviria para manter determinadas famílias no poder, por ainda mais tempo, e para o aumento do abismo social, entre a grande maioria da população e um pequeno grupo de “privilegiados”.

Portanto, para certas figuras que hoje defendem a imediata solução do impasse referente a extração de petróleo na costa amapaense, as razões nunca foram e jamais serão republicanas. A res publica é de todos e para todos. Logo os poderes que de todos recebe, deve traduzir-se em benefícios e encargos iguais para todos os cidadãos.

Somente governantes comprometidos em dar soluções para a educação em todos os níveis de ensino, em transformar de fato a saúde pública desde a atenção básica até as especialidades, em aparelhar e treinar a área de segurança pública com menos mortes por parte da polícia e mais solução de crimes, em gerar emprego e renda, em dar condições de moradia dignas a população, somente esse governantes, sabem a real importância do dinheiro do petróleo para o povo do Amapá.

Por: Domiciano Gomes

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