O Ministério Público do Amapá (MP-AP) instaurou Notícia de Fato para apurar as causas do incêndio/queimada que ocorreu entre os dias 26 e 27 de setembro, no município de Serra do Navio. A promotora de justiça Carolina Oliveira, da Comarca de Serra do Navio, assina o documento que pede ainda, que autoridades relacionadas ao fato e a empresa que prestou ajuda no sinistro sejam oficiadas.
O incêndio, controlado mais de dez horas após o início das chamas, atingiu regiões montanhosas, conhecidas como Staff e Colônia, e foi controlado pela equipe do Corpo de Bombeiros do município de Pedra Branca do Amapari (batalhão mais próximo do local afetado), com ajuda da Prefeitura Municipal, uma empresa de mineração e de moradores. Ainda não há, oficialmente, as causas do incêndio. Não houve vítimas.
A promotora pede a apuração, para responsabilização penal, administrativa e cível dos envolvidos. Determina que sejam oficiados o delegado de Polícia de Serra do Navio, Walter Jucá, para que preste informações se há indícios de que o incêndio/queimada tenha sido originado por meios criminosos; o Comando do Corpo de Bombeiro Militares, para que informem o motivo de não haver quartel em Serra do Navio; a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e a Prefeitura Municipal, para que informem as providências que foram adotadas para combater o sinistro e as que estão sendo adotadas para prevenir novos episódios.
A Prefeitura Municipal e a empresa de mineração também foram oficiadas, em reconhecimento aos esforços e apoio prestado à cidade.
Os oficiados têm o prazo de dez dias para responder ao MP-AP.
Por: Domiciano Gomes
Uma eleição pensando na outra
Passado o pleito municipal, definido os prefeitos e vereadores, é hora da baixar as bandeiras, mudar o discurso e sair da promessa para a prática, afinal, foram tantas idéias e promessa de soluções dos diversos problemas da cidade que, quatro anos é insuficiente.
Oxalá fosse assim. Oxalá as necessidades e os interesses do povo fossem a única razão e objetivo dos mandatos eletivos. Ocorre que esse não é, talvez, nunca seja, o propósito no Brasil de se ter um mandato no executivo ou no legislativo.
Após o período eleitoral, é comum que as promessas de campanha sejam esquecidas ou deixadas em segundo plano pelos políticos eleitos. Em vez de se concentrarem no cumprimento das promessas e na busca por soluções para os inúmeros problemas sociais enfrentados pela população, muitos políticos imediatamente começam a trabalhar em seus projetos pessoais de reeleição ou em campanhas para cargos superiores aos que ocupam atualmente.
Essa conduta revela um sério descompasso entre a classe política e a população. Ao invés de ouvir as demandas e preocupações dos cidadãos, os políticos parecem mais preocupados em manter seu poder e status no cenário político. E isso acaba gerando uma quebra de confiança entre a população e a classe política.
A verdadeira prioridade dos políticos eleitos deveria ser a busca por soluções para os problemas sociais que afligem a população. São muitos os desafios sociais enfrentados pelos brasileiros, tais como o acesso à saúde, à educação, à segurança e à moradia. Aliás, a pandemia de COVID-19 escancarou ainda mais a necessidade de reformas nessas áreas. Logo, a população espera que seus representantes trabalhem seriamente para resolver tais questões e, assim, melhorar a qualidade de vida da sociedade como um todo.
Não se pode negar que as eleições são importantes e que os políticos precisam de apoio popular para se manterem no cargo. No entanto, o desenvolvimento e o crescimento do país dependem de políticas públicas consistentes e bem planejadas, e não de projetos pessoais.
É essencial que os políticos assumam a responsabilidade de trabalhar pelas necessidades e interesses do povo brasileiro. Se eles se concentrarem em seus próprios interesses, em detrimento dos problemas sociais, a desigualdade e a pobreza só aumentarão. É preciso mudar esse comportamento e começar a trabalhar para o bem das pessoas que eles foram eleitos para representar.
Por Domiciano Gomes
Petróleo será a redenção do Amapá?
Para muitos a descoberta de Petróleo na costa do Amapá se tornou a grande virada na chave para a transformação econômica do estado, a porta do progresso e a saída para uma mudança na condição de uma das unidades mais pobres da federação.
Pela fala dos dirigentes da Petrobras, do Ministro das Minas e Energia, e de outros representantes do Governo Federal, é bem provável que sim, que o Amapá, realmente passe a ter outros números – muito acima dos atuais – nos indicadores econômicos estaduais, a partir da efetivação da atividade petrolífera, na costa equatorial.
Como todos sabem o petróleo gera royalties aos estados, portanto gera dinheiro, gera riqueza. A questão é: Para quem se vai riqueza? Quem se beneficiará realmente dessa riqueza? Será o seu Saba, a dona Tonha, o seu Mundico e o seu Zé lá da Baixada do Pará? O extrativista lá do Bailique? O pequeno produtor de farinha lá do Anaeurapucu?. É possível acreditar que nossos representantes e governantes terão essa responsabilidade com o povo amapaense.
Os moradores mais antigos do Amapá contam que essa mesma expectativa ocorreu quando da descoberta, e depois, quando do início da exploração de minério de manganês nas terras amapaenses. O discurso era de que o progresso finalmente havia chego e os ventos da transformação agora residiam nesse longínquo pedaço do Brasil. A realidade dos fatos não preciso narrar, pois mesmo as gerações atuais sabem da nossa condição econômica.
Não adianta termos dinheiro se não tivermos governantes comprometidos eticamente com a sociedade, e que, da mesma forma, tenham competência para administrar o Estado.
Enquanto tivermos políticos contaminado pelo câncer da corrupção, preocupados somente roubo do dinheiro público, com negociatas criminosas e acordos escusos, nenhum dinheiro será capaz de mudar a nossa realidade social. Na prática o dinheiro dos royalties viriam para os criminosos de colarinho branco aumentarem ainda mais seus patrimônios pessoais. Serviria para manter determinadas famílias no poder, por ainda mais tempo, e para o aumento do abismo social, entre a grande maioria da população e um pequeno grupo de “privilegiados”.
Portanto, para certas figuras que hoje defendem a imediata solução do impasse referente a extração de petróleo na costa amapaense, as razões nunca foram e jamais serão republicanas. A res publica é de todos e para todos. Logo os poderes que de todos recebe, deve traduzir-se em benefícios e encargos iguais para todos os cidadãos.
Somente governantes comprometidos em dar soluções para a educação em todos os níveis de ensino, em transformar de fato a saúde pública desde a atenção básica até as especialidades, em aparelhar e treinar a área de segurança pública com menos mortes por parte da polícia e mais solução de crimes, em gerar emprego e renda, em dar condições de moradia dignas a população, somente esse governantes, sabem a real importância do dinheiro do petróleo para o povo do Amapá.
Por: Domiciano Gomes
Pão e Circo
Em meio aos palcos milionários, enquanto os artistas fazem o show, o governante sorri. O espetáculo está montado: pão e circo para as massas.
A expressão “pão e circo” remonta ao Império Romano, quando os governantes distribuíam pão e organizavam grandiosos eventos para manter a plebe entretida e apaziguada. A estratégia era simples: distrair a população dos problemas reais, enquanto os líderes tomavam decisões nos bastidores1. Hoje, essa tática persiste, adaptada aos tempos modernos.
O governo aplaude sua própria popularidade, medida em número de seguidores, likes, curtidas nas redes sociais e aplausos em eventos festivos. Mas a popularidade construída sobre alicerces frágeis não perdura. As massas podem aplaudir hoje, mas amanhã sentirão a fome e a dor. A política do “pão e circo” é uma ilusão, uma cortina de fumaça que não esconde a realidade: a falta de compromisso com o bem-estar coletivo.
Por trás dos palcos e dos grandes shows, a realidade permanece implacável. O transporte público não funciona, os hospitais agonizam, a segurança é ineficiente e o desemprego abraça o povo. Nos hospitais leitos escassos, falta de medicamentos, profissionais exaustos. Os corredores se tornaram a morada da desesperança.
Enquanto isso, os políticos posam para fotos, dançando no meio do povo ou abraçando artistas, cujo cachê de vários dígitos é levado para outro estado, restando ao povo a fome. Mas o “circo” continua: campanhas publicitárias exaltando feitos fictícios, enquanto os pacientes esperam horas por um atendimento básico. Onde está o pão? O pão da saúde, da vida?
É hora de desvendar a farsa e questionar a verdadeira essência dessa política. O “circo” está em pleno funcionamento. Não somos plebeus romanos. Merecemos mais do que migalhas e espetáculos. Exigimos soluções reais, investimentos concretos. O governo que se preocupa apenas com popularidade efêmera está fadado a naufragar. Que os tambores silenciem, que as cortinas se abram para a verdade. O pão e o circo não nos alimentam; é hora de exigir mais.
Por: Domiciano Gomes
A responsabilidade com a informação
A Imparcialidade, a Independência e a Responsabilidade no Jornalismo: Um Compromisso com a Verdade
O jornalismo, enquanto um pilar fundamental da democracia, carrega consigo a responsabilidade de informar a sociedade de forma precisa, imparcial e independente. A busca incansável pela verdade, aliada a um compromisso com a ética, é o que distingue o jornalismo sério e confiável, da publicidade.
Para George Orwell “Jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique. Todo o resto é publicidade”
A imparcialidade no jornalismo consiste em apresentar os fatos de maneira objetiva, sem se deixar influenciar por opiniões pessoais, interesses políticos ou comerciais. O jornalista deve atuar como um mediador entre os acontecimentos e o público, buscando apresentar todos os lados de uma questão, permitindo que o leitor, ouvinte ou telespectador forme sua própria opinião.
Importante se faz ressaltar que a imparcialidade não significa neutralidade. O jornalista pode, e deve, questionar, investigar e analisar os fatos, mas sempre de forma a garantir que o público tenha acesso a todas as informações relevantes para formar um juízo de valor.
Um jornalismo livre permite que as diferentes vozes da sociedade sejam ouvidas, promovendo o debate público e contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e democrática.
Neste sentido a responsabilidade com a informação é o que garante a credibilidade do jornalismo. Isso significa checar as informações, cruzar dados, consultar diferentes fontes e, acima de tudo, ter o compromisso de corrigir erros quando eles ocorrem.
A disseminação de notícias falsas e a manipulação da informação representam uma grave ameaça à democracia. Infelizmente, nos dias atuais, essa conduta criminosa tornou-se recorrente. Compete ao jornalismo o papel de combater essas práticas, promovendo um debate público fundamentado em fatos e evidências.
Assim um jornalismo imparcial, independente e responsável é essencial para o funcionamento de uma democracia. Ao informar a sociedade de forma precisa e completa, o jornalismo contribui para o fortalecimento da cidadania e para o controle social, visto que, o jornalismo também tem o poder de influenciar a opinião pública e de moldar a agenda política. Por isso, é fundamental que os profissionais da área sejam conscientes do seu papel e atuem com ética e responsabilidade.
O ConectAmapá nasce do anseio, da vontade e do propósito de contribuir, através da informação, com o crescimento e a maturidade política do leitor amapaense. São muitos e desafios e, certamente, serão muitos os obstáculos, porém, parafraseando Yoko Ono, “um sonho que sonhamos juntos, pode se tornar realidade”.
DOMICIANO GOMES